2 de julho de 2012

Intolerância à lactose em crianças

Alguns papais e mamães ficam um pouco aflitos quando descobrem que seus pequenos têm intolerância láctea ou alergia ao leite. Mas isso não é nenhum bicho de sete cabeças.
Com o diagnóstico e o tratamento adequados, os pequenos podem crescer saudáveis e fortes.
Diferenças
Embora algumas pessoas pensem que é tudo a mesma coisa, existem algumas diferenças importantes entre intolerância láctea e alergia ao leite.
Alergia ao leite: se refere ao leite de vaca, cabra, ovelha e búfala, que possuem proteínas que o organismo entende como um “inimigo”, e precisa destruí-las. Assim, acontecem reações como vômito, diarreia, náuseas, problemas respiratórios, manchas pelo corpo e coceira. Nesse caso, o leite de vaca, seus derivados e produtos que o contenham devem ser eliminados da alimentação e substituídos por formulas lácteas especiais e alimentos que não contenham leite. O período mais crítico da alergia é até os 6 meses. A tendência é de que os sintomas diminuam com o passar do tempo.
Intolerância láctea: é a falta ou produção deficiente da enzima que digere a lactose, o açúcar do leite, ocorrendo assim uma fermentação no intestino grosso. O grau de intolerância varia muito em cada um. As reações mais comuns são diarreia, flatulência e desconforto abdominal.
Leite de vaca
O leite de vaca é uma das principais fontes de proteínas na alimentação dos mamíferos, e é comum que ele seja oferecido antes do primeiro ano do bebê, substituindo ou complementando uma refeição. Porém, esse é um sério erro alimentar. Mesmo diluído, ele pode desencadear uma alergia ao leite de vaca devido a sua quantidade de proteínas.
A alergia ao leite de vaca, assim como alergia ao ovo, soja, trigo e amendoim, são as mais comuns entre os pequenos.
Diagnóstico
Para diagnosticar a alergia ou intolerância láctea do seu bebê, é preciso fazer uma investigação em conjunto com o pediatra e o nutricionista. Dessa forma, o pediatra investiga a história clínica detalhada da criança e da família e o nutricionista investiga por meio de um diário alimentar. Também são feitos testes de provocação oral com diversos alimentos e testes de alergia.
O que fazer?
Se o seu bebê for diagnosticado com alergia ao leite ou intolerância é importante ficar atento à descrição dos ingredientes dos rótulos dos alimentos.
No caso dos pequenos alérgicos, poderá não aparecer “leite de vaca” no rótulo, e sim caseína, caseinato, soro do leite, lactoglobulina e lactoalbumina, que são proteínas do leite.
Já para os bebês intolerantes à lactose, o ideal é oferecer produtos com baixos níveis de lactose ou sem lactose. Consultar um especialista é fundamental para auxiliar as mamães a saberem qual o grau de intolerância do seu bebê e se ele pode ou não aceitar leite e derivados.
Se a criança tiver menos de 2 anos, é importante que ela consuma uma fórmula infantil especial para cada caso. Essas fórmulas garantem as necessidades nutricionais para o crescimento e ganho de peso adequado.
Para os pequenos maiores de 2 anos, as bebidas a base de soja são uma opção.
Além de monitorar o crescimento e o peso da criança, é importante monitorar se o consumo de proteínas, vitamina A, riboflavina, fósforo, vitamina D e cálcio estão adequados. Esses nutrientes são muito importantes e são encontrados no leite e derivados.
Amamentação
O leite materno é um alimento de fácil digestão e não possui proteínas que causam alergia. Existem alguns casos de crianças atópicas, que após a ingestão de leite materno apresentam sintomas de alergia, que podem ocorrer devido a uma sensibilização pela alimentação materna. Nesse caso, não se deve excluir o leite materno, e sim excluir leites e derivados da alimentação da mamãe.
A exclusão do leite materno para intolerantes a lactose é muito rara, pois a produção da enzima lactase vai diminuindo conforme o a idade.
Veja algumas dicas
•Faça testes de intolerância o mais rápido possível para conhecer os alimentos que são permitidos;
•Fique atento à leitura dos rótulos para evitar o consumo de “traços” de leite;
•Explique para criança desde cedo o motivo da exclusão de certos alimentos e importância da adesão ao tratamento;
•Opte por bebidas a base de soja ou arroz, leites e derivados isentos de lactose (para intolerantes) e suco de frutas.